Hoje venho até vós para vos falar de um espaço, que com certeza ficará gravado na minha memória, até ao último dos meus dias.
A Casa do Juves.
Antes de mais, deverão perguntar-se a vocês mesmos,
“mas afinal quem é o Juves?”.
Acima de tudo, um grande amigo. Daqueles que temos gosto em ter ao nosso lado nos piores e nos melhores momentos. Poderia ser só mais um dos da malta, mas não. É dos importantes, daqueles que nunca falha, um peso pesado dentro deste núcleo duro de amigos de que tanto me orgulho. Jovem inteligente e culto, capaz de debater todos os assuntos, e sempre pronto a lançar a sua opinião para cima da mesa. Tem tanta capacidade de trabalho (nos tempos que correm poderia andar mais esforçado), como tem de sofrimento. Uma pessoa que já passou por algumas das provas mais adversas que esta vida pode oferecer. Admiro-o por isso. O sangue que lhe corre nas veias é praticamente 100% sportinguista, sendo ainda uma pequena percentagem algo anti-benfiquista. Boas noites de camaradagem e futebol que já passámos juntos. Enfim, poderia aqui falar sobre este meu amigo durante vários e longos parágrafos, mas não foi isso que me trouxe aqui hoje. O Juves tem uma casa, e a casa do Juves, é a Casa da Malta.
Os poucos que nunca lá foram, estarão neste momento a imaginar uma vivenda enorme, com várias divisões, um jardim e um churrasco (imagem familiar esta). Desenganem-se. Trata-se de um bom apartamento, no último andar, de um dos muitos prédios do Laranjeiro. O 4º esquerdo da malta. Um apartamento simpático, que tal como manda a lei, tem uma cozinha, uma sala, vários quartos e duas casas de banho. Chega e sobra. É fácil lá chegar. Perto de tudo, e perto de todos.
Calhando mesmo a jeito, por motivos que lhe são alheios, o Juves tem muitas e consecutivas vezes a sua casa vazia, e dado que a solidão nunca fez bem a ninguém, os convites ao pessoal, para ir lá para casa, tornaram-se um hábito já difícil de apagar das nossas vidas. No entanto, existem regras para o bom funcionamento desta casa, e ai de quem ouse quebrá-las! As 3 regras são simples. Primeiro, qualquer pessoa que entre na casa está automaticamente proibida de falar mal, quer de Luiz Felipe Scolari, quer do ex ponta de lança nacional, Pauleta. Segundo, é estritamente proibido todo e qualquer festejo exageradamente efusivo de golos do Sport Lisboa e Benfica. Terceiro, no final de cada noite, os presentes deverão ajudar a levar o lixo para a rua. Cumpridas as regras, tudo correrá sobre carris.
Tal como já vos disse, esta é uma casa que já assistiu a uma infinidade de tardes e noites de convívio da malta. Desde jantares, noites de sueca, noites de poker, noites de Magic the Gathering, noites de PES (as favoritas da malta), sessões metal de karaoke, passagens de ano, festas de aniversário, autênticos festivais da cerveja (sim é possível um festival num apartamento), finais da Liga dos Campeões, jogos de Mundiais e Europeus, ou até mesmo fins de noite em que alguém apenas precisa de guarida.


Tudo se tornou pretexto para mais uma visita à
Casa do Juves. O pessoal joga, bebe, diverte-se, bebe, discute, bebe, ri, bebe, tropeça nos sofás e cai no chão, e no final, bebe-se sempre mais um pouco. Toda e qualquer noite é acompanhada de batatas fritas, e muita, muita cerveja. Se a ocasião for mais especial, é indiscutível a presença do caixote de vinho mais barato que o mercado pode oferecer.


Ao despertar para mais uma 6ª feira de trabalho, tudo se torna mais fácil se pensarmos no local onde iremos terminar o dia.
Escolham os Cafés que quiserem, levem-me aos Bares que quiserem, para mim, nunca nada chegará aos calcanhares deste espaço. Ali cultivam-se amizades, afogam-se mágoas, e… bebe-se cerveja! Um refúgio para cada um de nós, e um refúgio para todos nós em conjunto. Só nós sabemos o quanto nos custa quando a Casa não está disponível durante demasiado tempo seguido. Parece-nos quase ilegítimo que o próprio dono da casa lá passe 3 fins-de-semana seguidos, excluindo-se assim todas as hipóteses de mais uma noite de “cowboyada”.
Vou terminar este texto, com o merecido agradecimento ao meu grande amigo Juves, que mais uma vez, disponibilizará a sua casa esta noite para mais um gathering da malta. Obrigado amigo.